No YouTube são 6.505.237 exibições. E eu fico imaginando quantas dessas, ao longo de 2007, foram para mim. Foram tantas!
Por que será? Talvez porque 1234 de Feist seja uma canção e um vídeo (sim, Caetano, seria impossível dissociar a canção do seu vídeo) que falem direto ao meu coração, direto à minha criança interior, direto aonde? Direto a um locus que é depositário de toda a minha inocência, de tudo que me parece certo, natural, fácil, simples.
Feist não tem o misticismo de Devendra, a intensidade de Cat Power e Amy Winehouse, a sofisticação eletrônica de Zero 7 ou o, er, gênio de Bebo & Cigala – as minhas outras descobertas musicais de 2007. Feist é uma artista da simplicidade.
Mas que trabalho por trás dessa simplicidade!
Que trabalho deixar seus fiéis fãs de indie music confusos ao gravar uma balada ingênua e romântica que parece saída – de onde? De uma caixa de crayon? Do Xanadu de Olívia Newton-John? Que trabalho deixar a Birkenstock de lado e vestir-se como uma party Barbie dos anos 80! Que trabalho dançar tão desajeitada mas com tanto esmero no meio desses cronópios que se deixam tombar no chão como dominós. E que dançam de forma natural, espontânea, imprecisa – sugerindo antes improviso do que coreografia.
E (apenas imagino; Herbert e Rodrigo would know for sure) que trabalho ir na contramão das tomadas rápidas e muitíssimos cortes – e fazer um vídeo que nos deixa a impressão de ter sido filmado numa única, maravilhosa e viajante tomada!
Será que sou só eu? Você também não quer mergulhar nesse vídeo?
domingo, 13 de janeiro de 2008
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4 comentários:
Tive esta experiencia uma vez trabalhando com o Djavan.Fizemos as usuais milhares de tomadas em zilhoes de angulos e uma vez na sala de montagem optamos por deixar um unico take sem cortes.Ficou um absurdo de bonito.
Acredito que o pessoal da edição sofreu horrores (sou leigo) para deixar uma edição perfeita e dar a impressão de um vídeo simples, como se fosse uma só tomada.
Gosto muito de trabalhos assim, que querem demonstrar simplicidade, mesmo em algo super complexo.
As cores também ficaram bonitas.
E sim, dá vontade de se joar e entrar no meio da coreografia.
Esse vídeo é ótimo. Agora, fiquei surpreso com a menção do Zero 7, um dos meus 'grupos' favoritos!
adoro Feist" 1234 é simples.. mas tão alegre que me comove..
Let It die. é singular e bela!
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