Se você tem bloqueio, dependência, obsessão ou compulsão por alguma coisa, seja lá o que for – por uma substância química, por seu namorado, por novelas, por aparência, por segurança, por sexo, por comida, por fofocas, pelo orkut, por atenção, por amor, por religião, por dinheiro... por Maomé! Arranje um modo de se livrar disso! Resgate a sua autonomia de decidir, a cada momento, o que fazer ali e então!
Às vezes você pode estar in denial sobre o seu bloqueio ou a sua dependência. E às vezes resgatar a sua autonomia de ação vai envolver que você se proteja de si mesmo, que você abra mão temporariamente – e apenas temporariamente – de uma parte maior da sua autonomia. Não foi assim que Odisseu salvou-se das sereias e do seu canto? Amarrando-se no mastro do seu barco e colocando cera nos seus ouvidos? Não é essa a idéia das clínicas de rehab?
Portanto, se a coisa está ficando feia e a sua família e os seus amigos insistem numa clínica de rehab...go, go, go!
Agora, se você vai responder no, no, no, que prefere ficar em casa ouvindo Ray Charles, que não há nada a aprender que não seja com Donny Hathaway, que não tem dez semanas pra desperdiçar...por Santa Teresinha do Menino Jesus: Faça-o com o brilho de Amy Winehouse! Componha uma canção incrível!
A propósito: Em agosto de 2007, já consagrada e premiada como a nova estrela do blue-eyed soul, Ms. Winehouse internou-se numa clínica de rehab. Timing is indeed everything.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
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3 comentários:
Oi queridona.
Existe uma história zen sobre um homem e um cavalo. O cavalo está galopando rapidamente, e parece que o homem que cavalga se dirige a algum lugar importante. Outro homem, em pé ao lado da estrada, grita: "Aonde vc está indo?" e o homem a cavalo responde: "Não sei, pergunte ao cavalo!". Essa é a nossa história. Estamos todos sobre um cavalo, não sabemos aonde vamos e não conseguimos parar.O cavalo é a força dos nossos hábitos que nos puxa, e somos impotantes diante dela.
Beijocas da carioca
pena que a Amy aind anão se recuperou né?
um talento enorme em franca destruição...
Resposta:
queridíssimo alberto:
ouvindo a música da amy winehouse e lendo todas essas notícias sobre ela – em especial a matéria da rolling stone brasileira de julho de 2007 –, pareceu-me que a REAL dependência da ms. winehouse não é de álcool ou drogas. é de afeto ou atenção ou amor – da sensação de completude. e isso parece ter tomado forma no maridón, blake.
passo a especular não por fofoca ou bas-fond – mas sim porque tantos de nós já vivemos similar tormento. eu, por exemplo.
talvez a ms. winehouse recuse-se, como é mais próprio dos adolescentes, a aceitar a incompletude e o desamparo como inerentes à sua condição humana. talvez a ms. winehouse acredite, como também é mais próprio dos adolescentes, que se ela pudesse ter todo e cada instante do maridón, se ela pudesse ser o objeto de todo o afeto, de toda a atenção, de todo o amor dele, se ela pudesse mergulhar nele e com ele se fundir – aí... que completude, que êxtase, que delícia estar no mundo!
mas como isso não se materializa... que dor, que tormento, que vazio! e que alívio, ainda que momentâneo, esse prazer do álcool e das drogas!
num caso assim, qualquer tratamento que focar no álcool ou nas drogas estará lidando apenas com sintomas, será apenas paliativo.
como disse acima, tantos de nós já vivemos similar tormento. que não tenhamos nos afogado no uisquinho ou ensandecido de vez terá sido o que? auto-controle ou pura sorte?
beijo com todo carinho que houver!
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