segunda-feira, 24 de março de 2008

EU BEBO O QUE?

Reflexões sobre eu e o álcool, 3

Contei-lhes há pouco que, na minha vida adulta, aprendi a beber socialmente – ou a aceitar e a segurar um copo de bebida alcoólica. Tenho várias razões para tanto. Algumas derivam da minha persona estratégica (aquilo a que eu resisto, diria Carl G. Jung, persiste), outras derivam da minha persona gregária, ávida por aceitação, pertencimento e confiança (people don’t trust a person, diriam os escoceses, who does not drink).

Mas eu bebo o que?

Tenho opiniões sobre muitas coisas, mas sobre o álcool que eu vou beber não é uma delas. Na sua casa aceito logo o que você me oferece. Num restaurante ou num bar, aceito logo o que você me recomenda. Mas se você me recomenda um chope, aí peço um prosecco ou um cosmopolitan. (Chope, cerveja, refrigerante ou água com gás não rolam. Ah, tenho alguma persona que sabe impor limites – até mesmo à minha persona gregária.) E sim, leitores antenadíssimos, também peço caipirinha de cachaça – e rosé, esse eu pedirei quando encontrar o Sofia na carta de vinhos. Não porque entendo de vinho (não entendo), mas porque apóio aqueles vinhos que subsidiam os filmes arriscados e maravilhosos dos Coppola.

Quando sou eu a receber, continuo confiando nas recomendações do Wine Spectator e do muito atencioso e paciente Marcelo Lopes, do Santa Luzia. E confiando nos meus, er, outros sentidos. E hoje os meus olhos e os meus ouvidos só querem saber da Freixenet – o que são esses comerciais de animação?

O primeiro deles holografa os borrões do maravilhoso vídeo de Crazy, de Gnarls Barkley. Em Crazy, borrões de Rorschach dançam em papel mata-borrão branco. Em Freixenet, borrões dançam num copo de leite.

Os outros dois rotoscopiam cenas de um universo, er, tres Hôtel Costes, ao som de Yachts, de Coco Steel & Lovebomb. Nessa técnica, filma-se uma imagem e, depois, desenha-se cada um dos seus quadros. Bom, pelo menos era assim em Take on Me, do a-ha, vídeo que mesmerizou esta blogueira em 1985. Esses dois comerciais foram dirigidos por Zoran Bihac e animados por Sasa Zivkovic, dupla que também colaborou nesse (olha isso!) vídeo de hip hop alemão.








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