segunda-feira, 10 de março de 2008

APRENDENDO COM BRITNEY SPEARS

Eu sei, Fabiano: Eu me conecto melhor com as pessoas, incluindo os meus fiéis leitores, quando falo não das idiossincrasias da sociedade de massa – mas das minhas próprias. Ou, para falar como uma cristã, quando reparo não no cisco que está no olho do outro, mas na trave de madeira que está no meu próprio olho.

Mas quem é o outro? Para falar como um xamanista, o outro não é o outro. O outro só existe como reflexo, como projeção de mim mesma. O outro só está no meu universo para me ensinar algo sobre mim mesma.

Então às vezes eu preciso ir até Beverly Hills e reparar na Britney Spears, nos paparazzi, nos leitores ávidos por fofocas, no Perez Hilton – para então enxergar o que sempre esteve aqui: A Britney Spears em mim, a paparazza em mim, a leitora ávida por fofocas em mim, e mesmo o Perez Hilton em mim.

A que posso comparar esse processo? Talvez a um Alice do Outro Lado do Espelho ao contrário: Primeiro eu exploro um universo que me parece tão estranho. Mas chega uma hora em que ele se torna tão familiar – é nessa hora que eu o enxergo em mim.

4 comentários:

Anônimo disse...

Realmente o outro está em nosso universo para nos ensinar algo sobre nós mesmos. E para mim, vc é a Britney Spears, os paparazzi ou a Paris Hilton, claro que com outra conotação! É com vc, e com tudo que vc escreve aqui, que busco novas visões para essa nossa vida louca e desenfreada, para toda a nossa psicopatologia da vida cotidiana, para todas essas sensações que vivenciamos sempre, mas que muitas vezes nos passa despercebida sob nossos olhares. E, talvez por entender e me identificar tanto com seus pensamentos e sentimentos, que me sinto como a própria imagem de Alice, por me enxergar em vc, e me deleitar sempre com um novo post! Um abraço enorme, e vc não pode calcular o tamanho da minha emoção ao ver um post só pra mim! Beijos!

Anônimo disse...

Ah, e só para vc não se esquecer! Memore mento! Pense nisso e uma semana iluminada!

Anônimo disse...

Memento mori! Desculpa, desculpa, desculpa, rsrsrs... Freud descreveu esse deslocamento do nome esquecido, memento mori, que me conduziu ao substantivo errôneo, memore mento, em sua obra PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA, que citei no post acima como quem cita uma amenidade qualquer! Na obra, ele escreve que esse deslocamento não se encontra à mercê do mero capricho psíquico, mas, ao contrário, segue determinadas trajetórias regulares e perfeitamente calculáveis... Mas não estou aqui para isso, nem é hora para fazer o cálculo desse desvio de trajeto! Beijo enorme de novo!

Gui Sillva disse...

nos dias atuais, todos nós temos um pouco de parazzo e leitor ávida por fofocas...não atoa que esse mercado gera milhões...

um beijo