No doubt everyone has seen Victoria Beckham in the Marc Jacobs ads. Bom, ao menos um desses anúncios. E, bom, algumas pessoas, como esta blogueira, não tinham idéia de que as pernas que saem de uma enorme bolsa (uma sacola, das de compras) na qual se vê C JAC, e que nossos olhos lêem Marc Jacobs, os pés com sapatos cujos saltos estão no antepé, e não no calcanhar – de que essas pernas eram da Posh Spice. A mulher mais fotografada do mundo, que aprendemos a ver montadérrima e fazendo carão, aqui se permite ser retratada um pouco fora de controle, um pouco feia, um pouco desajeitada, um pouco pastelão.
Uma imagem fala por mil palavras. Mas será? Tantas imagens ao nosso redor, tantas delas de coisas ou pessoas que nos são tão familiares, tendem a automatizar o nosso olhar. Diante de uma imagem de Ms. Beckham, por exemplo, o cérebro desta blogueira está programado não para olhar, mas para sentenciar. E não em mil palavras, mas em três. Ela está bonita. Ela está feia. Ela está magra.
Mas ver Ms. Beckham um pouco fora de controle, um pouco feia, um pouco desajeitada, um pouco pastelão – isso nos desperta um certo estranhamento, provoca-nos um segundo olhar. Agora aquilo que me é familiar deixa-me maravilhada, instigada, curiosa. Não é mais "ela está bonita?" (e a sua resposta binária, sim ou não), mas "o que acontece aqui?" – e a sua resposta cheia de possibilidades.
Essa descoberta, de que eu olho o que me é familiar com automatismo – mas posso olhá-lo com o maravilhamento, a instigação e a curiosidade daquilo que me é novo, essa descoberta já é muita coisa. Mas esta blogueira adora ir além, adora saber what’s behind the scenes.
Mas saber what’s behind the scenes não é (re)transformar o estranhamento em familiaridade ou mesmo banalização? Não é substituir uma mágica por um truque? E quando esse behind the scenes se revela por palavras? Ler sobre imagens não é, parafraseando Steve Martin, como dançar sobre arquitetura?
Não para mim – pelo menos não por ora. As mil palavras de Cathy Horin sobre a colaboração entre Marc Jacobs e o fotógrafo Juergen Teller – mais: sobre o diálogo entre a publicidade e a arte –, essas mil palavras educam, apuram o meu olhar. E deixam-me, diante dessas imagens que provocam um segundo olhar, e uma pergunta diferente da banalidade do "ela está bonita?", deixam-me ainda mais maravilhada, instigada, curiosa.
Para ver as tais fotografias:
Entre no site do Marc Jacobs
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quinta-feira, 10 de abril de 2008
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8 comentários:
Mas quantos dos consumidores de produtos do Marc Jacobs tem sofisticação de entender tudo isso? Ou se interessa por arte ?3?? Quem compra Marc Jacobs quer se achar lindo e poderoso ! Todo mundo achou a Victoria horrorosa e um espantalho nas fotos que sairam nessa semana....
achei esse sapato com o salto invertido surreal
deve dar uma sensação muito estranha, tanto para quem usa como para quem vê
bjs
E, se o behind the scenes se revelar como desmistificação? Ou demitificação? Ou os dois? Beijo pra vc!!!
Oi, Lucia! Queria entender porque tanto hype em torno dessa foto. O seu post me ajudou um pouco ,mas não muito. Beijo e parabéns pelo blog!
"Sou como vc me vê
Posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando, e como vc me vê passar"!
Clarice Lispector
a imagem me instiga tb. e descobri-la/decifrá-la é o meu impulso.
Eu achei esses anuncios o maximo. Vic e sua vida sao sinonimos de luxo, carão, dinheiro, mas surge despretensiosa e maluquete, bem ao estilo Marc Jacobs.
love juergen teller...and marc jacobs is incredible...but posh spice is a dolt.
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