quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DEZ IRMÃOS

Postado originariamente em 1/5/2007, DEZ IRMÃOS

Éramos quatro irmãos: Ana, Lúcia, Marília e Toni. Na nossa infância ganhamos mais quatro: Bel, Bia, Cínthia e Aninha. E na nossa adolescência ganhamos mais duas: Kiki e Renata.

Dez irmãos é coisa muito boa... mas é muita coisa! Ainda bem que morávamos em três casas... Quem daria conta de dez crianças? Dez adolescentes?

Imaginem a minha mãe arrumando dez crianças para levar à Cultura Inglesa, à Aliança Francesa, à natação, ao ballet, ao judô, à escolinha, ao Porto Seguro, aos casamentos das suas dezenas de primos. “Aviso aos navegantes: Quem vai, vai. Quem não vai, fica!” Quantas ficariam prontas a tempo? Imaginem o meu pai contanto estória para dez crianças dormir. Haja personagem! E consertando os secadores de nove meninas? E o Toni tendo de lidar com nove calcinhas penduradas no chuveiro? Nove meninas disputando o telefone. A minha avó Neta fazendo bolinho de chuva para um quase time de futebol. A minha avó Ermelinda fazendo dez crianças escolher seu tenor predileto entre Tito Schipa, Beniamino Gigli e Caruso.

Imaginem a tia Beth ensinando bons modos para uma dezena de mal-criados. O tio Ernesto entretendo dez crianças com mágicas e palhaçadas. A Zê pedindo para dez crianças moderar na bagunça. Que carro o tio Geraldo teria para levar dez adolescentes baladeiros ao Papagaio’s, às festinhas? Uma Kombi? E que paciência a tia Marilena precisaria ter para tirar da cama dez adolescentes dorminhocos em Guaecá! E quanta estória de namoro a Inês precisaria contar para prender a atenção de dez adolescentes curiosos?

Ninguém daria conta!

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