domingo, 25 de maio de 2008

ERRAMOS: LÚCIA RENNT

Do trocadilho já se disse que é o menos sofisticado dos recursos retóricos, a mais simplória forma de humor, a mais baixa manifestação de inteligência.

Ainda assim, não resisto a fazer um trocadilho com o genial Run, Lola, Run de Tom Tykwer ao escolher o título do post sobre a minha amiga Julie que está sempre, er, correndo. Ou dos posts sobre as minhas bem-aventuranças e mal-andanças com a, er, corrida. Ok, é mais uma referência do que um trocadilho.

Talvez pior faux pas de redação e estilo seja transcrever palavras numa língua que não é nem aquela em que as palavras foram originalmente proferidas, nem aquela em que se escreve o resto do texto. Para dar um exemplo que talvez só eu e a minha grandeamiga Fernanda de L. achemos engraçado, ao citar trechos de A Montanha Mágica de Thomas Mann num texto em português, não use o original em francês! (Confirmado: Só eu e a Fernanda de L. achamos engraçado.)

Ainda assim, não resisto a usar o título com que o alemão Lola rennt é conhecido, diz o IMDb, na Austrália e nos Estados Unidos.

Imagino que The New York Times Manual of Style and Usage reprove ambas as escolhas. Mas vou deixar assim: Run, Lola, Run é bom pra caramba.

RUN, LÚCIA, RUN 4

Feriado de 21 de abril, 17 horas. Chego ao clube Paulistano. Tenho um encontro com a Emília na Avenida Paulista às 19 horas para assistir a My Blueberry Nights. Procrastinei o dia todo. Deixei essa janela, essa fresta entre 17 e 18 horas para treinar.

Chego ao clube Paulistano mas não vou logo às esteiras. Não. Passo pelo bar, pelo café. Procuro, então me dou conta, uma Raposa ou um Gato. Não uma Raposa ou um Gato para me convencer, como ao Pinocchio, a “mangiare, bere, dormire, divertirmi e fare dalla mattina alla sera la vita del vagabondo”. Não. A minha Raposa ou o meu Gato quer a minha opinião sobre a taxa de câmbio, desabafa comigo as suas preocupações com o filho adolescente, pondera porque devo ser contra a reforma da piscina projetada por Gregori Warchavchik. Não me basta distrair-me e então concluir que ficou tarde para treinar. Não. É preciso, BHY, que eu sinta que renunciei a esse treino por um bem maior, que eu deixei de treinar por altruísmo.

Passo pelo bar, pelo café. Nada de Raposa, nada de Gato. O celular toca. É a Marise. Explico-lhe que em cinco dias farei a Reebok 10 km, que desde aquele momento Scarlett O’Hara treinei três vezes. Sim, três vezes apenas. Em dois dos treinos, corri, melhor, trotei por trinta minutos a 7 km/h; no terceiro trotei sessenta minutos a 6 km/h. Nessa velocidade é mais fácil caminhar do que correr ou trotar.

Cada um desses treinos – e eu digo agora, Fabiano, o oposto do que eu disse antes –, cada um desses treinos teve lá o seu prazer: O prazer da missão cumprida, o prazer do apesar-dos-pesares-eu-fiz, o prazer do até-que-não-foi-tão-ruim, o prazer do até-que-eu-gostei. No final de cada um desses treinos parecia que agora-vai-deslanchar, amanhã-vai-ser-tão-fácil-treinar.

Qual o quê.

O que está em jogo aqui, Marise, além da força do hábito?

Não são só quarenta anos de força do hábito, ela pondera lembrando argumento de Drauzio Varella, mas também milhares (ou mesmo milhões) de anos de herança ancestral. Fomos construídos para viver num ambiente de escassez de alimentos: Acumulamos energia na forma de gordura, poupamos energia através da preguiça. Devo fazer exercícios físicos? Claro, diz o Dr. Drauzio. Devo esperar a disposição para fazê-los? Não, a disposição jamais virá: Faça exercícios físicos com disciplina militar.

Estou muito tentada, respondo, a poupar energia e a ficar conversando com você. Silêncio. Desligou, Marise?

Claro: Marise é espiritualidade em tudo, o budismo no dia-a-dia, a pessoa mais aqui e agora que eu conheço. E aqui e agora, ela é o Grilo Falante.

Quarto treino: 45 minutos a 7 km/h.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

RUN, LÚCIA, RUN 3

Não sei o que foi, se senti dúvida, ceticismo naquele silêncio, se me senti desafiada, provocada. Só sei que foi assim, Fabiano. Senti o vigor da certeza crescendo em mim, como se o meu ego, o meu id e o meu super-id se alinhassem, como se todas as minhas células se sintonizassem e – ah, que poder, que fuerza, que yang, que mobilização, que Scarlett O'Hara jurando para si mesma "eu nunca mais vou passar fome"! Amanhã eu volto a correr, prometo para mim mesma. Já me visualizo concluindo a maratona de Nova York. Ou Paris. Ou Berlim. Que pena que já é tarde da noite, senão eu começaria aqui e agora. But tomorrow is another day, Scarlett: O dia em que darei vida ao meu eu maratonista.

Não sei bem como isso se dá, Fabiano. Mas na manhã seguinte ficar um pouco mais na minha cama apresenta-se como uma proposta irresistível de felicidade. Sair da minha cama para correr – sounds like a really bad idea. Correr de quem? Correr para que? E que eu tenha feito uma promessa a mim mesma, que hoje eu volto a correr – agora me parece algum deslize de bom-senso, algo movido por vaidade, por orgulho. Volto a dormir.

RUN, LÚCIA, RUN 2

Verão de 2008. Uma amiga conta-me que ficou com um bonitão num cruzeiro de navio. Não o meu cruzeiro; outro. Envolve-se. De volta à terra firme, encontra o seu perfil orkut. Relacionamento: “Namorando”. Sniff. O que não suporto: “Mentira e traição”. Quê? Com os relacionamentos anteriores aprendi: “Que prefiro as dores da verdade às flores de mentira”. Grrr. Comunidades: “Confiança é igual virgindade”. “Fidelidade é tudo”. “Amo tudo em minha namorada”. “A verdade dói, a mentira mata”. *&%$@#!

Mentira, hipocrisia, falta de caráter, personalidade borderline? “O que você acha?”, ela me pergunta.

Faltou-me, agora me dou conta, a presença que a empatia requer. Ponho-me a fazer, bem, uma análise dessa faceta da condição humana. Por vezes, eu argumento, as pessoas identificam-se com virtudes ou hábitos que admiram – mesmo que lhes faltem. Veja o orkut. Conheço pessoas filiadas à comunidade “Adoro ler livros” que estariam melhor representadas numa comunidade “Um dia ainda termino de ler um livro”. Haveria mais honestidade se os membros de “Odeio mentira” que eu conheço migrassem para “Odeio que mintam para mim”. “Inteligência é afrodisíaca”? Os afiliados que eu conheço encontrariam mais ressonância em “Beleza e poder (mesmo em pessoas burras e superficiais) são afrodisíacos”.

Propaganda enganosa? Não, eu continuo, não necessariamente. Talvez essas pessoas estejam buscando as virtudes ou os hábitos que admiram e que lhes faltam. Talvez elas o estejam fazendo cercando-se da energia dessas virtudes ou desses hábitos – não é essa a idéia dos mantras, da programação neurolingüística? De O Segredo? Dos Vigilantes do Peso? Dos Alcoólicos Anônimos?

Mmm.

Olhemos o meu perfil no orkut, sugiro. Ao participar da comunidade “A Loca”, eu digo “seria incrível ter a energia de ir à Loca todos os domingos – o que não tenho há mais de um ano”. “CB Bar”? “Seria incrível ter a energia de ir ao CB todos os sábados – o que só tive uma vez”. “Iranian Cinema”? “Amei ter assistido a quatro filmes iranianos – o último deles, À Caminho de Kandahar, há sete anos”. Ela se anima. Com a minha filiação à comunidade “Run!”, ela argumenta, eu quero dizer “eu corro de quem me convida para correr.”

Epa! Alto lá! O que está acontecendo aqui, BHY? Só eu posso falar dos meus vícios com toda essa leveza e humor. Ah, não!, eu intervenho. Com “Run!” quero dizer “correr me faz bem, em breve voltarei a correr”.

Silêncio.

RUN, LÚCIA, RUN 1

A proximidade das Olimpíadas de Beijing lembra-me que há dois temas que eu gostaria de compartilhar com vocês: As minhas bem-aventuranças e mal-andanças com os esportes, e a minha relação, er, especial com o Tibete.

Começo com os esportes. Não sou naturalmente esportiva. Futebol é bonito – sobretudo quando são dribles em câmera lenta, tomada fechada, e ao som de Que bonito é. Atletismo é maravilhoso – sobretudo quando visto pela lente renascentista de Leni Riefenstahl. Basquete é uma explosão – sobretudo se assisto a um jogo do Nicks no Madison Square Garden.

Quanto aos esportes que eu pratico. Corrida e natação são as âncoras, no meio de várias novidades aeróbicas como step, street dance e spinning. Nos períodos em que pratico com freqüência e continuidade, eu o faço mais por disciplina do que por runner’s high ou qualquer outro tipo de prazer. Não curto a energia “woohoo, galera!” que cerca essas atividades, não desejo mais e melhores tênis de corrida, maiôs ou monitores cardíacos, tampouco vibro por efetuar um deslocamento, em terra ou em água, num menor intervalo de tempo.

É uma relação um bocado tênue, eu reconheço. Qualquer coisa me afasta da prática dos esportes – e poucas coisas me levam de volta.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

THAT DOES NOT COMPUTE, WILL ROBINSON

Acabo de conhecê-lo e ele me pergunta de onde eu sou. Intuo que ele queira saber de onde eu conheço o aniversariante, ou em que bairro de São Paulo eu moro. Não. Esse paulista me pergunta mesmo de que país eu sou. De que país da Europa eu sou, ele esclarece.

Não fosse ele lindo lovely sexy, eu teria respondido de pronto: Sou brasileira, paulistana. Mas essa pergunta fica ali congelada – eu sorrio enquanto algum locus do meu cérebro percorre minha memória em busca de informações e experiências que, associadas ou reassociadas, me ajudem a valorar aquela pergunta: Que eu tenha uma aparência européia, isso é bom ou ruim? De um homem, que se diga que ele parece italiano, isso é bom. Mas europeu? Mmm. E de uma mulher? Italiana seria bom. Ou não?

Não tem registro, Will Robinson.

É que eu falo de boca fechada, ele me explica, o que é típico dos povos ao norte do Equador. Durante invernos rigorosos, é preciso usar o calor e a energia do corpo com parcimônia – inclusive falando pouco, mais rápido, e de boca quase fechada.

Quê? Perigo, Will Robinson.

Procuro numa janela o meu próprio reflexo, tento imaginar o quanto a minha boca abre ao pronunciar cada sílaba. Percebo-me prestando atenção não no que ele fala, não no que as pessoas falam – mas em como os seus lábios se movem enquanto eles falam. É esse o olhar do dublador, Herbert? Do leitor de lábios, Alezito? Do fonoaudiólogo, Marília?

Por alguns dias, I can’t take my mind off of it. Googlo climate, language, lips. E encontro algumas teorias que correlacionam – caramba! – clima e sonoridade de idiomas. Pego-me falando algumas coisas em frente ao espelho. O rato roeu a roupa do rei de Roma. The rain in Spain stays mainly in the plain. Olho o lábio das pessoas com que converso – algumas parecem incomodadas; desvio o olhar. Na TV, observo como jornalistas de idiomas e culturas distintas comunicam uma mesma informação. Globo News, CNN, BBC, Deutsche Welle, TVE, RAI, TV5.

Observo tudo isso, experimento tudo isso – é, algumas pessoas abrem mais a boca do que as outras. Mas meu cérebro não cria nada com isso. Ainda não tem registro, Will Robinson.

Alguns dias depois, estou na Livraria Cultura. Folheio The Game: Penetrating the Secret Society of Pick-up Artists, de Neil Strauss. Eu também não sabia, mas há uma cultura de sedução nos Estados Unidos, que faz uso de ferramentas mais comumente associadas à comunicação social e à neuro-lingüística. Enfim. Uma das táticas mais bem sucedidas, ensina o autor, é o neg hit ou cantada negativa – uma frase ou pergunta inusitada e ambígua, algo entre o elogio e a crítica. O neg hit funciona porque, entre outras coisas, gets her to think of the neg hit; therefore, gets her to think of you.

Was he neg hitting on me? Ah, não importa. Meu cérebro encontrou algum significado para aquela pergunta, aquele comentário. Closure, caso encerrado, resolução. Mas a grande descoberta aqui, a grande conexão, foi eu ter-me dado conta desse meu, er, sistema de busca e atribuição de sentido ou significado ao mundo, às minhas experiências.

E esse sistema é bom ou ruim? Como sistema ou ferramenta, imagino que seja bom. Mas uma coisa é esse sistema ser disparado como resultado de uma escolha que faço aqui e agora. Outra coisa, e muito diferente, é que ele opere em piloto-automático, buscando o significado de estímulos, ou ansiando por respostas a perguntas – apenas porque esses estímulos ou perguntas apertaram, em mim, certos botões.

E há algo mimético nisso. Não é só "o que ele quis dizer com eu falo de boca fechada?". É também, com 186 milhões (ouch!) de brasileiros, "que motivo do crime o promotor Francisco Cembranelli apresentará na sua denúncia?", "a Nike manterá o contrato com o Ronaldo?". É esse automatismo, imagino, que nutre a curiosidade superficial e saltitante (die Neugier) de que fala Martin Heidegger.

Atenção pick-up artists, marqueteiros, id e super-id: Começo a entender como seus neg hits e teasers se operam em mim! More power to me!

High five, Will Robinson!

terça-feira, 6 de maio de 2008

FAZENDO A CLEÓPATRA

Mas por que falo de Cleópatra agora?

Porque na semana passada um, er, presentear lembrou-me desse de Cleópatra a Júlio César. Explico, Fabiano.

Você e os meus leitores, imagino, lembram-se da minha amiga Kaká, ah Libanesa, aquela que ME FAZ TÃO BEM. Pois. No final de janeiro, talvez vocês também se lembrem, ela se mudou para Dubai. Em São Paulo ela deixou dezenas de amigos, centenas de leitores, dois cachorros – y su madre Ana también.

Enfim. Noite de segunda-feira. Kaká pede que seu confidente Tony Goes atraia Ana até o prédio onde ele mora (e onde mora esta blogueira). Ela (Ana) deve buscar, naquela mesma noite, uma encomenda da Kaká, que chegou ao Tony em São Paulo por uma Paula, vindos (a encomenda e a Paula) de Dubai.

Ana chega. Tony a espera na portaria do prédio. Entrega-lhe a encomenda: Uma mala, e das grandes. E não é só isso, ele explica a uma constrangida Ana. O resto, ele precisa da ajuda da Ana para carregá-lo.

Dirigem-se ao elevador. E eis que, de trás de uma coluna, surge a audaz, ousada, linda e sexy Kaká. Em passagem-relâmpago por São Paulo, a primeira desde que se mudou para Dubai, a Libanesa presenteia su madre com, er, si mesma. Su madre está dichosísima y emocionadísima. A Kaká, vestida de Jeannie é um Gênio, não fez a egípcia: Ela fez a Cleópatra.

Mas será que foi mesmo assim?

Sim: Eu estava lá. A Kaká não me convidou para essa trama. Mas o Tony me contou, e eu me aboletei. Eu também não fiz a egípcia: Eu fiz a íntima.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O NARIZ DE CLEÓPATRA

Falemos um pouco mais de presentes, Fabiano. Vamos agora para Alexandria, costa norte do Egito. 48 a.C. Sobra pouco, ao Egito, do esplendor e poder que conhecemos em Êxodus. Roma é o novo Egito.

Conta-nos Plutarco que, buscando apoio para reger sozinha o Egito (e não dividir o trono com seu irmão e marido Ptolomeu 13, como era o desejo do falecido pai dos dois, Ptolomeu 12), a jovem Cleópatra faz com que seu confidente Apolodoro leve até o cônsul romano Júlio César, hospedado no palácio dos Ptolomeus em Alexandria (onde Cleópatra é persona non grata), um presente. Esse presente é um tapete. Bom, Plutarco diz uma colcha – mas uma colcha?

Enfim. Desenrolado, esse tapete revela a audaz, ousada, linda e sexy Cleópatra. Tão maravilhado ficou Júlio César que Cleópatra levou o trono do Egito. E, ainda, um filho do cônsul romano – que ela tratou de batizar de Ptlomeu César, e de chamar de Cesarion. (Cleópatra, todo mundo sabe, mais tarde levaria também Marco Antonio.)

E tão maravilhados ficamos nós com esse, er, presentear com si mesma que não nos cansamos de ver a Cleópatra de Elizabeth Taylor, Vivien Leigh, Claudette Colbert e de todo mundo desenrolar-se daquele tapete para Júlio César.

Mas será que foi mesmo assim?

Imagino que não saberemos como realmente aconteceu esse primeiro encontro. Por Osíris, foi em 48 a.C.! E Plutarco escreveu circa 110 d.C. As atuais pesquisas no Palácio de Alexandria submerso podem, é verdade, revelar-nos novas informações desse encontro – mas, reconheçamos, mesmo essas informações refletiriam não como aconteceu o encontro, mas como Cleópatra escolheu que ele fosse registrado. A história é escrita pelos vencedores – e eles têm as suas versões dos fatos.

Mas há uma nova informação que nos permite, ao menos, uma releitura desse primeiro encontro: Uma moeda com o perfil de Cleópatra, datada de 32 a.C., exposta na Inglaterra em 2007, revela-nos – por Ísis! – que Cleópatra era um bocado feia. O seu nariz não era longo, como acreditaram Pascal e os leitores de Asterix, incluindo esta blogueira – mas adunco. Fosse produzido hoje, Monica Bellucci estaria fora do elenco de Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre.

E isso, em contraponto, sugere que Cleópatra era ainda mais inteligente do que imaginávamos. De fato, é preciso inteligência para seduzir os dois homens mais poderosos de Roma. Seduzir os dois? É preciso inteligência para presentear um dos homens mais poderosos de Roma. Veja Ptolomeu 13. Buscando apoio para reger sozinho o Egito, Ptolomeu 13 também presenteou Júlio César – com a cabeça arrancada do general Pompeu, adversário de César em Roma. Não funcionou: Júlio César ficou chocado com tamanha barbárie.

Voltemos então ao segundo parágrafo: Desenrolado, esse tapete revela a audaz, ousada, inteligente e sexy Cleópatra. Agora sim. E talvez M Pascal, estivesse vivo, editaria o seu “le nez de Cléopâtre: s'il eût été plus court, toute la face de la terre aurait changé.”: L'intelligence de Cléopâtre: s'elle eût été plus court, toute la face de la terre aurait changé.”